15.12.08

O mito da auto-suficiência


“Nenhum homem é uma ilha isolada; (...) a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”.

- John Donne, citado por Hemingway em 'Por quem os sinos dobram'.


Me falaram isso outro dia. Normalmente a solidão ou o caráter solitário das pessoas é associado a algo negativo, à tristeza, à depressão. Discordo. Sempre gostei do silêncio. De ouvir a mente.

Outra associação ao meu ver equivocada é a de que ser só representa uma fuga da realidade. Discordo também. É covardia escolher as lutas que você quer lutar? Tem tanta coisa inútil que eu me abstenho de participar - deliberadamente - e não me sinto nem um pouco diminuído ou impotente diante do meu papel.

Ter um caráter solitário é estar em paz consigo mesmo. E se não houver paz, é ter sabedoria para encontrá-la. É se abster de imputar a responsabilidade pelas suas vitórias ou derrotas a outras pessoas.

É, sobretudo, se achar uma boa companhia e se satisfazer com isso. É ter a certeza, com a mesma serenidade, de que muitas pessoas lhe serão desagradáveis; outras trarão enorme prazer e alegria.

- Voltemos ao silêncio, então.


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